Fernanda Helena Almeida da Silva começou a trabalhar há 4 anos no terminal e se apaixonou pela profissão de socorro e resgates.
A expressão “Amor à primeira vista” geralmente está associada à pessoa que se apaixona por outra em questão de segundos. Mas não no caso da biomédica e funcionária administrativa do Aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP), Fernanda Helena Almeida da Silva, de 32 anos.

Contratada para ser uma espécie de “anjo da guarda” dos bombeiros do aeródromo, e atuar em situações sem risco, como cuidar do material usado no grupamento, realizar checagens de cursos, documentação e atuar em palestras, ela se apaixonou pela carreira de bombeiro assim que pisou no posto de trabalho, em 2013.
E, isso, para atuar na área administrativa. Ela nunca havia sonhando em ser bombeira, vestir roupas pesadas, botas, capacete e encarar missões como um incêndio, por exemplo. Aliás, ela fez o curso de comissária de bordo, para conhecer a área, porque o alvo dela é mesmo o setor de socorristas. Uma curiosidade é que ela nunca voou, nem como passageira.

A paixão é tanta que ela é carinhosamente conhecida por todos os funcionários de Viracopos como “Fernanda dos Bombeiros”.
"Foi amor à primeira vista. Essa é a expressão. Fiquei maravilhada, não sabia que tinha bombeiro aqui”, revela a mulher, que chega a se emocionar toda vez que fala sobre os treinamentos que os profissionais da área de salvamento efetuam diariamente.
Incentivo amigo e 1º passo
Para realizar o sonho de atuar em resgates aeronáuticos, Fernanda já fez o curso de bombeiro civil, o primeiro passo da maratona de especializações antes de chegar a bombeiro de aeródromo. A profissão exige rigor na formação por causa dos riscos, tanto para o socorrista, como para vítimas.
O incentivo para fazer o curso civil partiu dos próprios colegas de trabalho. Como bombeiro de formação civil, ela poderia, por exemplo, trabalhar em um shopping center ou outra empresa qualquer.
Ela poderia estar atuando em uma empresa, mas não desistiu do sonho de atuar na linha do aeródromo e ficou onde está há 4 anos. A bombeira continua atuando na área administrativa e conhece cada canto da sede dos bombeiros.
Com orgulho, explica como tudo funciona e mostra os caminhões de combate às chamas. Um dos destaques é o modelo Panther 6 x 6, um dos mais eficientes do mundo e que tem um diferencial: uma lança usada para perfurar a fuselagem e ajudar os bombeiros em caso de incêndios no interior da aeronave.
O segundo passo
O segundo passo, o curso de bombeiro de aeroporto, pode ser dado nos próximos meses. Ela e outros colegas vão buscar essa qualificação para completar o currículo. O curso é dado por uma empresa especializada e dura, em média, 30 dias.
“A Fernanda quando entrou aqui não conhecia nada de emergência. Eu a incentivei a fazer o curso de bombeiro civil, que é o primeiro passo. Ela tem facilidade de aprendizado”, revela o responsável pelos bombeiros de Viracopos, Glauco Muller.
"Eu quero entrar na linha! Eu quero ir para linha [participar de ações aeronáuticas]. Só tem eu de mulher aqui. Eu quero trabalhar igual aos meninos. E se tiver alguma ocorrência eu quero entrar no caminhão e ir junto”, revela Fernanda, que também já fez o curso de Atendimento Pré-Hospitalar (APH).
O que eles fazem
A unidade dos bombeiros de Viracopos tem 4 equipes de 18 bombeiros por turno. “A Fernanda vai integrar esta equipe de linha”, adianta o chefe dos bombeiros. Todos os dias, os bombeiros do aeródromo participam de treinamentos para caso ocorra alguma ocorrência.
Mas, no dia a dia, outras missões fazem parte das atuações dos bombeiros. Eles atuam em captura de animais peçonhentos, incêndios em edificações, emergências químicas no Terminal de Cargas e até em salvamentos em alturas.
Perfil de Viracopos
O Aeroporto Internacional de Viracopos movimentou 1,6 milhão de passageiros nos dois primeiros meses de 2017, queda de 0,34%, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a empresa que administra o terminal.
Em termos de aeronaves, Viracopos registrou 18.763 pousos e decolagens nos dois primeiros meses do ano, queda de 5,47%, frente ao mesmo período de 2016.
Um dos destaques do aeroporto é o setor de cargas, que somou 27.083 toneladas no período, alta de 30,90% na comparação com o período anterior.
fonte: g1.globo.com